sexta-feira, 29 de março de 2024

O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López Pedrozo

SEXTA-FEIRA SANTA, O MISTÉRIO DA CRUZ


Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus.

Silvonei José - Vatican News

Depois disso Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 18, 28-30).

Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Ajoelhamo-nos, para simbolizar a humilhação do homem terreno e a coparticipação ao sofrimento do Senhor. Porém, não é um dia de luto, mas um dia de contemplação do amor de Deus que chega para sacrificar o próprio Filho, verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da humanidade.

A adoração da Cruz

A Cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento da Reconciliação, até o último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese quaresmal o cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Durante a liturgia os fiéis tocam a Cruz, a beijam e assim entram ainda mais em contato com a dor de Cristo que é a dor de todos, porque Ele carregou na Cruz os pecados de toda a humanidade para salvá-la.

A Sexta-feira Santa

A Sexta-feira Santa nasceu como dia da morte de Jesus (dia 14 do mês de Nissan, que caía numa sexta-feira). Trata-se de um dia de luto, acompanhado de "jejum", depois estendido a todas as sextas-feiras do ano. A liturgia é composta de três momentos: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Neste dia, por meio desta liturgia, os fiéis são convidados a fixar seu olhar em Jesus Crucificado, que morreu na cruz para cumprir a sua missão salvífica, que o Pai lhe havia confiado: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". O profeta Isaías diz: “Ele tomou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e sofrimentos, e nós o julgamos castigado por Deus” (Is 52,13-53,12). Com a sua vida, Jesus pagou um alto preço pela nossa desobediência, mas o fez com amor e por amor: “Sendo rico, Jesus se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9). No contexto desta Sexta-feira Santa, cada um de nós pode ficar diante da cruz e dialogar com o Senhor Jesus sobre os próprios problemas, dramas, sofrimentos. Todas as questões sobre a vida são iluminadas pela Cruz, a ponto de chegarmos a dizer, realmente, que "o coração tem suas razões, que a razão não pode compreender". O Senhor Jesus deve ser acompanhado com amor, até o fim, como Ele o fez.

A Via-Sacra foi introduzida na Europa pelo dominicano beato Alvaro De Zamora da Cordoba em 1402 e mais tarde pelos Frades Menores.

“O caminho da Cruz”

A Via-Sacra consiste em percorrer espiritualmente o caminho de Jesus ao Monte Calvário enquanto carregava a Cruz, assim como a oportunidade de interiorizar em seu sofrimento.

Em relação ao seu significado, “Via Crucis”, ou Via-Sacra, significa em latim “O caminho da Cruz”. Este caminho é formado por 14 estações que representam determinadas cenas da Paixão, cada uma corresponde a um acontecimento especial ou a maneira especial de devoção relacionada a tais representações.

Antigamente, o número de estações variava consideravelmente em diferentes lugares, mas agora o Magistério prescreve quatorze:

1. Cristo é condenado à morte
2. Jesus carrega a cruz aos ombros
3. Jesus cai pela primeira vez
4. Jesus encontra a sua Santíssima Mãe
5. Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz
6. Verônica enxuga o rosto de Jesus
7. Jesus cai pela segunda vez
8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
9. Jesus cai pela terceira vez
10. Jesus é despojado de suas vestes
11. Jesus é pregado na cruz
12. Jesus morre na cruz
13. Jesus é descido da cruz
14. Jesus é colocado no sepulcro

No princípio, a oração da Via-Sacra era diferente. No século IV, a religiosa Egedia escreveu acerca das peregrinações que os cristãos realizavam a Jerusalém para percorrer os lugares da paixão e morte de Jesus com os Evangelhos na mão. Esta peregrinação terminava no Monte Calvário.

Papa na Via-Sacra

Durante a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa em 2023 o Papa Francisco presidiu no parque Eduardo VII, a "Colina do Encontro", a Via-Sacra, onde partilhou com os jovens os momentos da Paixão de Cristo. 

"Hoje, vocês vão caminhar com Jesus hoje. Jesus é o Caminho e nós vamos caminhar com Ele, porque Ele caminhou”, disse Francisco. 

O caminho de Jesus, explicou o Papa, é Deus saindo de si mesmo para caminhar entre nós. É o que ouvimos tantas vezes na missa: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós". E Ele o faz isso por amor.  A Cruz que acompanha cada Jornada Mundial da Juventude, acrescentou o Pontífice, é o ícone, é a figura dessa jornada. A Cruz é o significado maior do amor maior, aquele amor com o qual Jesus quer abraçar nossa vida. E ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida por seus amigos, que dá a vida pelos outros. "É por isso que, quando olhamos para o Crucificado, que é tão doloroso, tão difícil, vemos a beleza do amor que dá a vida por cada um de nós."

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Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-03/sexta-feira-santa-misterio-da-cruz.html

EVANGELHO DO DIA

 Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João 18,1-19,42

Naquele tempo: 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do

Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também

Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com

os seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e

alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas,

tochas e armas.

4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e

disse: 'A quem procurais?' 5Responderam: 'A Jesus, o nazareno'. Ele disse: 'Sou

eu'. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse: 'Sou eu',

eles recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou: 'A quem

procurais?'

Eles responderam: 'A Jesus, o nazareno'. 8Jesus respondeu: 'Já vos disse que

sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem'. 9Assim

se realizava a palavra que Jesus tinha dito:

'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'. 10Simão Pedro, que trazia

uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-

lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:

'Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?'

Conduziram Jesus primeiro a Anás. 12Então, os soldados, o comandante e os

guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no

primeiro a Anás, que era o sogro de

Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o

conselho: 'É preferível que um só morra pelo povo'.

15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era

conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.

16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido


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do sumo sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro

para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro: 'Não pertences

também tu aos discípulos desse homem?' Ele respondeu: 'Não'. 18Os

empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam-se aquecendo, pois

fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o sumo

sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu

ensinamento. 20Jesus lhe respondeu: 'Eu falei às claras ao mundo. Ensinei

sempre na  sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei

às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que 

falei; eles sabem o que eu disse.' 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas

que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:  'É assim que respondes ao

sumo sacerdote?' 23Respondeu-lhe Jesus: 'Se respondi mal, mostra em quê;

mas, se falei bem, por que me bates?' 24Então, Anás enviou Jesus amarrado

para Caifás, o sumo sacerdote.

Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou: 'Não!

25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:

'Não és tu, também, um dos discípulos dele?' Pedro negou: 'Não!'

26Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem

Pedro tinha cortado a orelha, disse: 'Será que não te vi no jardim com ele?'

27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. O meu reino não

é deste mundo.

28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo.

Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem

comer a páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: 'Que acusação

apresentais contra este homem?' 30Eles responderam: 'Se não fosse malfeitor,

não o teríamos entregue a ti!' 31Pilatos disse: 'Tomai-o vós mesmos

e julgai-o de acordo com a vossa lei.' Os judeus lhe responderam:

'Nós não podemos condenar ninguém à morte'. 32Assim se realizava o que

Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos

entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: 'Tu és o rei dos

judeus?' 34Jesus respondeu: 'Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te

disseram isto de mim?' 35Pilatos falou: 'Por acaso, sou judeu? O teu povo e os

sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?'. 36Jesus respondeu: 'O

meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus

guardas lutariam para que eu não

fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui.'

37Pilatos disse a Jesus: 'Então tu és rei?' Jesus respondeu: 'Tu o dizes: eu sou

rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo

aquele que é da verdade escuta a minha voz.' 38Pilatos disse a Jesus: 'O que é

a verdade?' Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes: 'Eu

não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que

pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?'

40Então, começaram a gritar de novo:

'Este não, mas Barrabás!' Barrabás era um bandido.

Viva o rei dos judeus! 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.

2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de

Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho,

3aproximavam-se dele e diziam:' Viva o rei dos judeus!'

E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:


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'Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro

nele crime algum.' 5Então Jesus veio para fora,

trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: 'Eis o

homem!' 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a

gritar: 'Crucifica-o! Crucifica-o!'

Pilatos respondeu: 'Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro

nele crime algum.' 7Os judeus responderam: 'Nós temos uma Lei, e, segundo

esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus'. 8Ao ouvir estas

palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e

perguntou a Jesus: 'De onde és tu?' Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse:

'Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e

autoridade para te crucificar?' 11Jesus respondeu: 'Tu não terias autoridade

alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto.

Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior.'

Fora! Fora! Crucifica-o! 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas

os judeus gritavam: 'Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo

aquele que se faz rei, declara-se contra César'. 13Ouvindo estas palavras,

Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado

'Pavimento', em hebraico 'Gábata'. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por

volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: 'Eis o vosso rei!' 15Eles, porém,

gritavam: 'Fora! Fora! Crucifica-o!' Pilatos disse: 'Hei de crucificar o vosso rei?'

Os sumos sacerdotes responderam: 'Não temos outro rei senão César'. 16Então

Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. Ali o

crucificaram, com outros dois.

17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado 'Calvário', em

hebraico 'Gólgota'. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e

Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na

cruz; nele estava escrito:

'Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus'. 20Muitos judeus puderam ver o letreiro,

porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro

estava escrito em hebraico, latim e grego.

21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: 'Não escrevas 'O

Rei dos Judeus', mas sim o que ele disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'.' 22Pilatos

respondeu: 'O que escrevi, está escrito'.

Repartiram entre si as minhas vestes.23Depois que crucificaram Jesus, os

soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,

uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura,

em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si: 'Não vamos dividir a

túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será'. Assim se cumpria a Escritura

que diz: 'Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha

túnica'.

Assim procederam os soldados. Este é o teu filho. Esta é a tua mãe. 25Perto

da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de

Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o

discípulo que ele amava, disse à mãe: 'Mulher, este é o teu filho'. 27Depois

disse ao discípulo: 'Esta é a tua mãe'. Daquela hora em diante, o discípulo a

acolheu consigo.

Tudo está consumado. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava

consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: 'Tenho sede'.

29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja


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embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e

disse: 'Tudo está consumado'. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. E

logo saiu sangue e água. 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus

queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque

aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse

quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e

quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com

Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe

quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e

logo saiu sangue e água. 35Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é

verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade,

para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se cumprisse a

Escritura, que diz: 'Não quebrarão nenhum dos seus ossos'. 37E outra Escritura

ainda diz: 'Olharão para aquele que transpassaram'. Envolveram o corpo de

Jesus com os aromas, em faixas de linho. 38Depois disso, José de Arimatéia,

que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos judeus -

pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu.

Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o

mesmo que antes tinha ido a Jesus de noite.

Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés.

40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em

faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.

41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um

túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da

preparação da Páscoa, e como o túmulo

estava perto, foi ali que colocaram Jesus. Palavra da Salvação.


REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 29 DE MARÇO DE 2024


SEXTA FEIRA DA PAIXÃO DE


CRISTO


Cor Roxo


1ª Leitura - Is 52,13 - 53,12

Leitura do Livro do Profeta Isaías

13Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau.

14Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava

que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano -, 15do mesmo modo

ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em

silêncio,

vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais

ouviram. 53,1'Quem de nós deu crédito ao que ouvimos?

E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2Diante do Senhor ele

cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza

nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3Era

desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de

sofrimentos;


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passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso

dele. 4A verdade é que ele tomava sobre si nossas

enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um

chagado, golpeado por Deus e humilhado! 5Mas ele foi ferido por causa de

nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele

imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura.

6Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu

caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós'. 7Foi

maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao

matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca.

8Foi atormentado pela angústia e foi condenado.

Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo

dos vivos; e por causa do pecado do meu povo  foi golpeado até morrer.

9Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não

praticou o mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis

macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá

descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor.

11Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu

Servo, o justo, fará justos inúmeros homens,

carregando sobre si suas culpas. 12Por isso, compartilharei com ele multidões

e ele repartirá suas riquezas com os valentes

seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor;

ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos

pecadores. Palavra do Senhor.

Reflexão - Jesus é o Justo que faz justos inúmeros homens!

Esta leitura prediz para nós o sofrimento de Jesus como Servo padecente,

desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores e cheio de

sofrimento. Jesus é o Justo que faz justos inúmeros homens carregando sobre

si suas culpas, mas que por esta vida de sofrimento, alcançará a luz e uma

ciência perfeita. Esta foi a missão de Jesus e continua atual para nós. O

sofrimento e a entrega de Jesus são para hoje na nossa vida e têm efeito

concreto na nossa existência terrena servindo-nos de exemplo quando temos

que passar também por tantos males e injustiças. Olhando para mais além e

vendo a glória futura e a libertação de muitos através do nosso sofrimento é

que iremos vencer e ter sucesso aqui na terra. Jesus ofereceu todo o Seu

sofrimento e dores para que tivéssemos vida nova. Sem Jesus nós vagamos

como ovelhas desgarradas. Todo este trecho se refere ao sofrimento de Jesus,

mas também à glória que lhe foi reservada. Por isso, quando nos

aprofundarmos nesta leitura nós percebemos a glória que está reservada a

todos aqueles que se entregam por amor à causa do Senhor. Tudo na nossa

vida tem uma razão de ser. Os frutos da entrega de Jesus nós os percebemos

quando sofremos e esperamos a recompensa da glória vivida desde já aqui na

terra. - Você vê algum sentido no sofrimento por amor a Deus? Você tem

alguma experiência disso? - Qual a mensagem que você tira para a sua vida

do sofrimento de Jesus Cristo?


Salmo - Sl 30,2.6.12-13.15-16.17.25 (R.Lc 23,46)

R. Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.


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2Senhor, eu ponho em vós minha esperança;*

que eu não fique envergonhado eternamente!

6Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,*

porque vós me salvareis, ó Deus fiel!.R.

12Tornei-me o opróbrio do inimigo,*

o desprezo e zombaria dos vizinhos,

e objeto de pavor para os amigos;*

fogem de mim os que me vêem pela rua.

13Os corações me esqueceram como um morto,*

e tornei-me como um vaso espedaçado..R.

15A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,*

e afirmo que só vós sois o meu Deus!

16Eu entrego em vossas mãos o meu destino;*

libertai-me do inimigo e do opressor!.R.

17Mostrai serena a vossa face ao vosso servo,*

e salvai-me pela vossa compaixão!

25Fortalecei os corações, tende coragem,*

todos vós que ao Senhor vos confiais!R

Reflexão - Foi essa a oração que Jesus fez no último momento da sua vida.

Abandonado, humilhado, desprezado, mas confiante no auxílio do Pai. A Cruz

foi o leito onde Jesus deu o último suspiro e se entregou para que se

cumprisse a vontade de Deus. Para nós fica o conselho do salmista:

“Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao Senhor vos confiais!


2ª Leitura - Hb 4,14-16; 5,7-9

Leitura da Carta aos Hebreus 4,14-16; 5,7-9

Irmãos: 14Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o

Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com

efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas

fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do

pecado. 16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da

graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no

momento oportuno. 5,7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e

súplicas, com forte clamor e lágrimas,

àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua

entrega a Deus. 8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a

Deus por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se

causa de salvação eterna

para todos os que lhe obedecem. Palavra do Senhor.

Reflexão – Jesus está a postos para nos acolher e nos perdoar.


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Por causa da sua entrega a Deus, por tudo o que Ele sofreu, Cristo foi

atendido nas Suas preces e súplicas e entrou no céu como um Sumo Sacerdote

a fim de interceder por todos nós. A Sua obediência é um parâmetro de

perfeição que todos nós devemos querer alcançar. Por ter sido provado em

tudo, como nós, menos no pecado Jesus é capaz de se compadecer de nossas

fraquezas. Por isso, não podemos perder tempo nem oportunidade, mas,

urgentemente nos aproximar com toda a confiança do trono da graça, que é o

próprio Jesus e assim conseguir misericórdia e alcançar um auxílio no

momento oportuno. Jesus está a postos para nos acolher e nos perdoar. Ele é

causa de salvação eterna para todos que Lhe obedecem, assim sendo, a nossa

submissão e dependência dar-nos-ão motivação para que vivamos uma vida

condizente com a nossa Fé na Sua mediação junto do Pai. Mesmo que sejamos

os maiores pecadores e infiéis, Jesus tem o poder de nos libertar. Por isso,

permaneçamos firmes na Fé que professamos e tenhamos a segurança de que

diante de Deus nós temos um Advogado de defesa. – Você alguma vez se

sentiu abandonado sem ninguém para defendê-lo? – Você sabia que Jesus

advoga por si diante do Pai? - Você é uma pessoa obediente às Leis de

Deus? – Você vive conforme o Evangelho de Jesus? – Você tem se

aproximado do Trono da Graça?

Evangelho - Jo 18,1-19,42

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João 18,1-19,42

Naquele tempo: 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do

Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também

Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com

os seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e

alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas,

tochas e armas.

4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e

disse: 'A quem procurais?' 5Responderam: 'A Jesus, o nazareno'. Ele disse: 'Sou

eu'. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse: 'Sou eu',

eles recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou: 'A quem

procurais?'

Eles responderam: 'A Jesus, o nazareno'. 8Jesus respondeu: 'Já vos disse que

sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem'. 9Assim

se realizava a palavra que Jesus tinha dito:

'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'. 10Simão Pedro, que trazia

uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-

lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:

'Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?'

Conduziram Jesus primeiro a Anás. 12Então, os soldados, o comandante e os

guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no

primeiro a Anás, que era o sogro de

Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o

conselho: 'É preferível que um só morra pelo povo'.

15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era

conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.

16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido


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do sumo sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro

para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro: 'Não pertences

também tu aos discípulos desse homem?' Ele respondeu: 'Não'. 18Os

empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam-se aquecendo, pois

fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o sumo

sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu

ensinamento. 20Jesus lhe respondeu: 'Eu falei às claras ao mundo. Ensinei

sempre na  sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei

às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que 

falei; eles sabem o que eu disse.' 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas

que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:  'É assim que respondes ao

sumo sacerdote?' 23Respondeu-lhe Jesus: 'Se respondi mal, mostra em quê;

mas, se falei bem, por que me bates?' 24Então, Anás enviou Jesus amarrado

para Caifás, o sumo sacerdote.

Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou: 'Não!

25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:

'Não és tu, também, um dos discípulos dele?' Pedro negou: 'Não!'

26Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem

Pedro tinha cortado a orelha, disse: 'Será que não te vi no jardim com ele?'

27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. O meu reino não

é deste mundo.

28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo.

Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem

comer a páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: 'Que acusação

apresentais contra este homem?' 30Eles responderam: 'Se não fosse malfeitor,

não o teríamos entregue a ti!' 31Pilatos disse: 'Tomai-o vós mesmos

e julgai-o de acordo com a vossa lei.' Os judeus lhe responderam:

'Nós não podemos condenar ninguém à morte'. 32Assim se realizava o que

Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos

entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: 'Tu és o rei dos

judeus?' 34Jesus respondeu: 'Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te

disseram isto de mim?' 35Pilatos falou: 'Por acaso, sou judeu? O teu povo e os

sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?'. 36Jesus respondeu: 'O

meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus

guardas lutariam para que eu não

fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui.'

37Pilatos disse a Jesus: 'Então tu és rei?' Jesus respondeu: 'Tu o dizes: eu sou

rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo

aquele que é da verdade escuta a minha voz.' 38Pilatos disse a Jesus: 'O que é

a verdade?' Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes: 'Eu

não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que

pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?'

40Então, começaram a gritar de novo:

'Este não, mas Barrabás!' Barrabás era um bandido.

Viva o rei dos judeus! 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.

2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de

Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho,

3aproximavam-se dele e diziam:' Viva o rei dos judeus!'

E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:


95


'Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro

nele crime algum.' 5Então Jesus veio para fora,

trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: 'Eis o

homem!' 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a

gritar: 'Crucifica-o! Crucifica-o!'

Pilatos respondeu: 'Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro

nele crime algum.' 7Os judeus responderam: 'Nós temos uma Lei, e, segundo

esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus'. 8Ao ouvir estas

palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e

perguntou a Jesus: 'De onde és tu?' Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse:

'Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e

autoridade para te crucificar?' 11Jesus respondeu: 'Tu não terias autoridade

alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto.

Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior.'

Fora! Fora! Crucifica-o! 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas

os judeus gritavam: 'Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo

aquele que se faz rei, declara-se contra César'. 13Ouvindo estas palavras,

Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado

'Pavimento', em hebraico 'Gábata'. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por

volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: 'Eis o vosso rei!' 15Eles, porém,

gritavam: 'Fora! Fora! Crucifica-o!' Pilatos disse: 'Hei de crucificar o vosso rei?'

Os sumos sacerdotes responderam: 'Não temos outro rei senão César'. 16Então

Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. Ali o

crucificaram, com outros dois.

17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado 'Calvário', em

hebraico 'Gólgota'. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e

Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na

cruz; nele estava escrito:

'Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus'. 20Muitos judeus puderam ver o letreiro,

porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro

estava escrito em hebraico, latim e grego.

21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: 'Não escrevas 'O

Rei dos Judeus', mas sim o que ele disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'.' 22Pilatos

respondeu: 'O que escrevi, está escrito'.

Repartiram entre si as minhas vestes.23Depois que crucificaram Jesus, os

soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,

uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura,

em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si: 'Não vamos dividir a

túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será'. Assim se cumpria a Escritura

que diz: 'Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha

túnica'.

Assim procederam os soldados. Este é o teu filho. Esta é a tua mãe. 25Perto

da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de

Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o

discípulo que ele amava, disse à mãe: 'Mulher, este é o teu filho'. 27Depois

disse ao discípulo: 'Esta é a tua mãe'. Daquela hora em diante, o discípulo a

acolheu consigo.

Tudo está consumado. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava

consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: 'Tenho sede'.

29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja


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embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e

disse: 'Tudo está consumado'. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. E

logo saiu sangue e água. 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus

queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque

aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse

quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e

quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com

Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe

quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e

logo saiu sangue e água. 35Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é

verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade,

para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se cumprisse a

Escritura, que diz: 'Não quebrarão nenhum dos seus ossos'. 37E outra Escritura

ainda diz: 'Olharão para aquele que transpassaram'. Envolveram o corpo de

Jesus com os aromas, em faixas de linho. 38Depois disso, José de Arimatéia,

que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos judeus -

pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu.

Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o

mesmo que antes tinha ido a Jesus de noite.

Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés.

40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em

faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.

41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um

túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da

preparação da Páscoa, e como o túmulo

estava perto, foi ali que colocaram Jesus. Palavra da Salvação.

Reflexão – Refletindo sobre a Paixão de Cristo!

No Evangelho de hoje nós acompanhamos toda a narrativa da Paixão e Morte e

Sepultamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Diante disto, podemos meditar

sobre este acontecimento e colher muitas mensagens para a nossa existência.

Percebemos primeiramente, que, assim como aconteceu com Jesus, existe um

sentido real para todas as ocorrências da nossa vida. Jesus Cristo não foi preso

nem foi capturado, pelo contrário, Ele próprio se entregou aos homens para

que se cumprisse tudo o que já estava escrito no intuito de que a vontade do

Pai se realizasse. Assim, quando Jesus se entregou aos homens, na verdade

Ele estava se oferecendo ao Pai, pela humanidade. Na narrativa percebemos

que Jesus estava consciente de tudo o que iria lhe acontecer e, por isso, Ele

próprio interpelou os guardas, dizendo: "A quem procurais"? E depois de saber

que eles buscavam a Jesus, o Nazareno, Ele respondeu: "Sou eu"! Nós também

precisamos estar atentos para as coisas que acontecem na nossa vida a fim de

perceber qual é a vontade do Pai para nós, principalmente nas situações em

que tenhamos de enfrentar os desafios. Muitas vezes nós também temos

consciência de que algo precisa acontecer e que para isso, também

precisamos assumir nova postura e novo compromisso, no entanto, relutamos

e não enfrentamos a "fera". Se tivermos confiança nos planos de Deus para a

nossa felicidade e consciência de que Ele precisa de nós para colaborar na

salvação dos nossos irmãos e irmãs, nós também não fugiremos dos obstáculos

e, como Jesus Cristo, nós também nos apresentaremos diante dos nossos


97


algozes para beber do cálice que o Pai nos destinou.   Com a continuação da

história verificaremos que todas as coisas aconteceram coerentemente com o

que já havia sido profetizado conforme as Escrituras. A Bíblia é um Livro de

homens santos e pecadores e Nela nós nos identificamos quando agimos bem

ou agimos mal. O mesmo Pedro que cortou a orelha do servo do sumo-

sacerdote para defender Jesus foi o que depois, por três vezes negou que O

conhecesse. A atitude de Pilatos revela a nossa omissão diante das coisas

erradas que presenciamos e, "lavamos as mãos" porque achamos que não

compete a nós e não temos "nada a ver com isto". Diante de Pilatos Jesus não

se justificou nem tampouco se acovardou, mas somente esclareceu: "O meu

reino não é deste mundo". Aprendendo com o Mestre nós também podemos

assumir compromissos e atitudes coerentes com o nosso desígnio para não nos

desviar do nosso ideal de vida. Realmente, o nosso reino não é deste mundo e

as dificuldades que enfrentamos nesta vida temporal são apenas pontes que

nos levam a atravessar o vale para chegar ao reino definitivo. Somos hoje,

Pedro, Pilatos, Judas e Malco na nossa geração. Somos como  Anás, Caifás e

até como os guardas e a encarregada que guardava a porta do lugar onde

Jesus estava. Todos nós temos o nosso posto, a diferença, porém, poderá

estar no modo como enfrentamos os desafios da nossa missão, com os olhos

voltados para o alto para beber o cálice que nos é apresentado ou  olhando

somente para a terra tentando nos livrar dos desafios e vivendo como

qualquer um dos mortais, só para esta vida. Faça hoje a sua leitura com

bastante atenção e perceba os pontos que para você devem ser mais

importantes e que servem de exemplo e mensagem para a sua vida

atualmente:- As atitudes e as palavras de Jesus; a atitude dos discípulos,

principalmente Judas e Pedro; as atitudes das autoridades; a omissão de

Pilatos; a manifestação do povo, da multidão que antes proclamava Jesus

Rei; a atitude dos soldados, enfim faça um paralelo dos acontecimentos da

Paixão de Jesus com a sua vida cotidiana.

MAIS UMA VEZ VAMOS RECORDAR AS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

1 – PAI, PERDOA-LHES, POIS NÃO SABEM O QUE FAZEM.

2 – HOJE, ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO.

3 – MULHER, EIS O TEU FILHO; FILHO EIS A TUA MÃE.

4 – MEU DEUS POR QUE ME ABANDONASTES?

5 – TENHO SEDE!

6 – TUDO ESTÁ CONSUMADO.

7 – PAI EM TUAS MÃOS EU ENTREGO O MEU ESPÍRITO!


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missioonária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO LUDOLFO

 


Origens
Vida discreta, pouco se conhece sobre a origem desse santo até a sua entrada para a vida religiosa.

Vida religiosa
Entrou para a Ordem de São Norberto, a Ordem Premonstratense, conhecida também como Cónegos Brancos. Levou uma vida estritamente religiosa e tornou-se conhecido por sua entrega total à pregação da Palavra. Tornou-se, então, chanceler da Catedral de Raceburgo (Ratzeburg), na Alemanha. Devido à sua fidelidade e empenho, foi indicado pelos seus confrades para que se tornasse Bispo.

Perseguido como bispo
Como Bispo, enfrentou dificuldades em governar. Um soberano de nome Alberto Urso, desejando governar sozinho, resolveu tirar o Bispo Ludolfo de sua Catedral, provocando uma enorme resistência. Exigiu que o Bispo fosse tirado de lá, preso e torturado com muito sofrimento.

São Ludolfo: da morte a devoção

Páscoa
Quando foi solto da prisão, encontrou refúgio com o príncipe João de Mecklemburgo, mas estava muito enfraquecido pela falta de alimento e veio a falecer em 29 de março de 1256.

Túmulo
Foi sepultado em sua Igreja e honrado como mártir. É venerado na região de Wismar, região da Alemanha, onde é lembrado pela sua luta em defesa da Igreja. Sua memória é celebrada, como mártir, na Alemanha e em toda Ordem Premonstratense no dia 29 de março.

Oração do santo
Ó Deus, que fizestes do bem-aventurado São Ludolfo, bispo e mártir, arauto fiel de vosso nome, concedei-nos, Vos pedimos, que, seguindo o seu exemplo, preguemos o vosso Evangelho a todos e perseveremos na construção do Reino de Vossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Minha oração
“Que São Ludolfo interceda por nós, para que possamos ser defensores da Santa Igreja, fiéis ao chamado de Deus e pregadores autênticos do Evangelho!”

São Ludolfo, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícias

quinta-feira, 28 de março de 2024

O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López Pedrozo

EVANGELHO DO DIA

 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João 13, 1-15

1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de

passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo,

amou-os até o fim. 2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no

coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar

Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de

Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto,

pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e

começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que

estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me

lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo;

mais tarde compreenderás”.

8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu

não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então

lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10Jesus

respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já

está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. 11Jesus sabia

quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12Depois de ter

lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse

aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais

Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e

Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos

outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE H OJE

 28 DE MARÇO DE 2024


5ª. FEIRA - CEIA DO SENHOR


Cor Roxo


1ª. Leitura - Êx 12,1-8.11-14

Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2”Este mês será

para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a

comunidade dos filhos de Israel, dizendo: No décimo dia deste mês, cada um

tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa. 4Se a família não

for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho

mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número

de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.

5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um

cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze

deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da

tarde. 7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa

da porta, nas casas em que o comerdes. 8Comereis a carne nessa mesma

noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. 11Assim devereis

comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis

às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor! 12E naquela noite

passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos,

desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do

Egito, eu, o Senhor. 13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao

ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora,

quando eu ferir a terra do Egito. 14Este dia será para vós uma festa

memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as

gerações, como instituição perpétua. - Palavra do Senhor.

Reflexão - O Senhor vem salvar aqueles que foram marcados com o sinal

do Sangue do Cordeiro!

Este quadro do Antigo Testamento prefigura para nós a Páscoa de Nosso

Senhor Jesus Cristo e a vida nova que Ele veio nos oferecer, pelo Batismo.

Todos deveriam estar preparados e de prontidão, com os rins cingidos,

sandálias nos pés e cajado na mão. Hoje, como naquele tempo, somos

convidados também a nos reunir em Comunidade e, juntos com toda a Igreja,

estar preparados e de prontidão, para reviver com Jesus todos os momentos

daquela noite memorável em que o Cordeiro de Deus se entregou pela

humanidade. O Cordeiro sem defeito prefigura Jesus Cristo que foi imolado

para nos marcar com o seu sangue e nos livrar da morte. No nosso Batismo,

fomos assinalados com o sangue de Jesus e a Ele pertencemos. A Páscoa é a

passagem do Senhor na nossa vida quando Ele nos tira da escravidão do

pecado para a libertação. O Senhor vem salvar àqueles que foram marcados


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com o sinal do Sangue do Cordeiro, caminham na estrada da vida e esperam

confiantemente o dia feliz da ressurreição! Nós fazemos parte deste povo! Por

isso, precisamos também estar preparados, com os pés calçados, com o cinto

atado e cajado na mão, prontos para a viagem, vigilantes e com

determinação. - O que significa a Páscoa para você? - Qual o sentimento

que você experimenta ao viver mais uma Páscoa na sua vida? – Você se

sente preparado para enfrentar o caminho do deserto com a esperança de

chegar na terra prometida?

Salmo - Sl 115 -

R — O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do

Senhor.

— Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu

favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor. —

É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. Eis que

sou o vosso servo, ó Senhor, mas me quebrastes os grilhões da escravidão!R

— Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor.

Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.R

Reflexão - Como poderemos retribuir ao Senhor por tudo o que Ele nos deu?

Nunca poderemos retribuir tudo o que nós recebemos de Deus, a não ser

acolher o dom da nossa vida e da Salvação que Jesus veio nos presentear. “O

Senhor nos deu vida e salvação!” É isto que nossos lábios precisam proclamar

e assim estaremos sendo fiéis Àquele que nos criou e que por amor nos salvou.

2ª. Leitura - 1Cor 11,23-26

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite

em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças,

partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha

memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e

disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele

beberdes, fazei isto em minha memória”. 26Todas as vezes, de fato, que

comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do

Senhor, até que ele venha. - Palavra do Senhor.

Reflexão - A Eucaristia é a memória do sacrifício de Jesus!

“Isto é o meu corpo que é dado por vós. Este cálice é a nova aliança em meu

sangue.” “Fazei isto em minha memória”! São Paulo recorda aqui as

Palavras de Jesus na última ceia quando tomando o pão e o cálice com o vinho

ofereceu-o ao Pai como prova do que iria se consumar na Cruz. A Eucaristia,

portanto, é a memória do sacrifício de Jesus que se faz acontecer e realizar

novamente, em todas as vezes que o sacerdote pronuncia estas palavras na

Santa Missa, o sacrifício de Jesus que se entregou por nós. A cada Eucaristia

Jesus se faz para nós, comida e bebida e a Sua aliança de Amor Eterno com


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cada um de nós é sempre renovada. Precisamos, também, estar sempre

preparados, com os pés calçados e os rins cingidos, cajado na mão, libertados

do pecado, do remorso, livres para acolher a nova terra, a vida nova que o

Senhor nos prometeu. O Banquete é espiritual, o Corpo de Jesus é

verdadeiramente uma comida e o Seu Sangue, verdadeiramente uma bebida,

que alimenta a nossa alma e nos torna participantes do Grande Mistério da

Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Quando participa da Eucaristia você tem

consciência de que está participando do Banquete do Senhor? - O que

significa a Eucaristia na sua vida? Ela faz parte de você ou só

eventualmente, aos domingos? -

Evangelho – Jo 13, 1-15

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João 13, 1-15

1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de

passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo,

amou-os até o fim. 2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no

coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar

Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de

Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto,

pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e

começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que

estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me

lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo;

mais tarde compreenderás”.

8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu

não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então

lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10Jesus

respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já

está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. 11Jesus sabia

quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12Depois de ter

lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse

aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais

Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e

Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos

outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

Palavra da Salvação.

Reflexão – A vivência do verdadeiro amor!

Aproveitando os últimos momentos antes de ser levado para o Calvário Jesus

veio nos ensinar a vivenciar o verdadeiro amor quando não discriminou

ninguém no gesto de lavar os pés dos discípulos. Lavou os pés de todos e

ninguém ficou de fora, nem mesmo Judas, o traidor. Será que nós já

aprendemos isso com Jesus? Tirou o manto da realeza, da autoridade e da

dignidade de ser Filho de Deus e abaixou-se para servir aos seus amigos e até

os Seus traidores, Pedro e Judas. Talvez, inconscientemente, Pedro tentasse

recusar a atitude de Jesus por antecipar instintivamente aquilo que iria

acontecer. Mesmo assim, Jesus não admitiu estragar aquele momento com

nada que não lhe permitisse expressar o grande amor que sentia por todos


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nós, pecadores. Ao pegar uma toalha e dedicar-se a lavar e enxugar os pés

dos seus discípulos Ele nos mostrou que lavar os pés significa servir, estar à

disposição, solidarizar-se fraternalmente com o nosso próximo. Por isso, Ele

nos deu a seguinte explicação: “compreendeis o que acabo de fazer?... Se eu,

o Senhor e mestre vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos

outros”. Mesmo que, como Pedro, nós também não compreendamos bem o

gesto de Jesus por causa da nossa limitação humana, precisamos obedecê-lo,

pois sabemos que o discípulo imita o Mestre e que só Ele pode nos pôr em

sintonia com a vontade do Pai. Por outro lado, aprendemos também que

necessitamos deixar que nos lavem os pés, para que tenhamos parte com o

jeito de ser do Pai. Do contrário, Jesus também nos dirá: “Se eu não te lavar,

não terás parte comigo.” Os pés significam para nós muitas situações que

enfrentamos quando necessitamos da ajuda de alguém. Nesse caso, se não

admitimos o auxílio de alguém é porque nós nos consideramos

autossuficientes e, por isso, não carecemos do auxílio de ninguém. Somente

depois de lavar os pés dos Seus discípulos foi que Jesus vestiu novamente o

manto e sentou-se. Para nós, isto significa o despojamento de toda e qualquer

superioridade na hora do serviço e demonstra que nunca poderemos nos

omitir nem descansar diante das ocasiões que surgem para também “lavar os

pés” das pessoas que aparecem no nosso caminho

 - O que você acha deste gesto de Jesus?

 – Você tem deixado que alguém lave os seus pés?

 - O que significa para você lavar os pés do irmão?

 - O que para você é melhor: “lavar os pés” de alguém ou deixar que alguém “lave os seus? ”


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO SEBASTIÃO PELEZAR

 

Origens
José Sebastião Pelczar nasceu em 17 de janeiro de 1842, na Polônia. Cresceu e viveu a sua infância impregnado da religiosidade popular da casa dos seus pais. Desde criança já apresentava uma sabedoria diferenciada. E, ainda estudante, decidiu dedicar a vida ao serviço de Deus, e isso o conduziu até o último dia de sua vida. 

Trajetória
Ingressou no Seminário Menor e, em 1860, iniciou os estudos teológicos no Seminário Maior de Przemysl, na Polônia. Em 1864, foi ordenado sacerdote. Nos inícios do seu ministério sacerdotal, estudou em Roma; e, em 1868, voltou à Polônia para lecionar no seminário de Przemysl. Em 1882 e 1883 foi reitor da Universidade de Almae Matris de Cracóvia, se destacando como professor e um homem culto. Em 1899, foi nomeado Bispo Auxiliar de Przemysl. Um ano depois, se tornou bispo titular da diocese. Morreu no dia 28 de março de 1924, deixando o exemplo de um homem que em tudo serviu a Deus, por isso, se consumiu. 

Vocação
Desde jovem apresentou o desejo de servir a Deus. E, certa vez, escreveu em seu diário: “Os ideais terrenos vão-se desvanecendo, vejo o ideal de vida no sacrifício e o ideal do sacrifício vejo-o no sacerdócio”. Com 22 anos, quando foi ordenado sacerdote, passou a dedicar a sua vida ao estudo e à caridade. Foi membro da Sociedade de São Vicente de Paulo e da Sociedade de Educação Popular. Usando da inteligência que possuía, fundou centenas de bibliotecas e organizou cursos gratuitos com a intenção de ajudar na formação religiosa e social da época. 

São Sebastião Pelczar: fundador da Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus

Fundador
Em 1894, impulsionado por Deus e pelas necessidades da sociedade do seu tempo, fundou a Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus, que tem como carisma a difusão do Reino de amor do Coração de Jesus. Conduziu as Irmãs da congregação a serem sinal e instrumento de amor para as jovens, para os doentes e a todos aqueles que estivessem necessitados. 

Intelectual e caridoso
Soube com a própria vida dar exemplo de comunhão entre intelectualidade e caridade. Com os seus conhecimentos acadêmicos, ajudou a muitos padres e fiéis da sua diocese, mas também não esqueceu do seu dever moral e social, ajudando-os no cultivo da piedade popular e nas necessidades sociais que possuíam. Cuidou dos pobres, criou jardins de infância, forneceu refeições para os pobres, casas para os desabrigados, escolas para os jovens e ensino gratuito no Seminário para os rapazes pobres. Durante o seu pastoreio, a diocese de Przemysl cresceu na construção de novas igrejas e capelas, a fim de conter a piedade popular do culto ao Sacratíssimo Coração de Jesus e de Nossa Senhora, suscitado por São Sebastião Pelczar. 

Beatificação e Canonização
Foi beatificado em 2 de junho de 1991, na Igreja do Sagrado Coração, em Rzeszów, por São João Paulo II, em ocasião da sua visita à Polônia. Aos 18 de maio de 2003, foi canonizado no Vaticano. 

Oração
Senhor, que chamastes São Sebastião Pelczar para ser fiel a tua voz e formar um povo para a santidade, ajuda-nos a, seguindo o seu exemplo, caminhar em direção à Tua vontade, sem nos esquecer de que somos os primeiros chamados a esta vida de santidade. Amém! 

Minha oração
“Senhor Jesus, como São Sebastião Pelczar, que eu saiba em tudo servir a Deus e por Ele me consumir. Amém.”

São Sebastião Pelczar, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícias